A terceira equipe com mais participações no CAB, perdendo apenas para o fundador Povo da Bola (15) e Estrela Vermelha (14), o Piriri chegou na atual temporada em sua décima terceira disputa. E na tarde do último dia 05, o time entrou em campo pela última vez no ano para levantar o caneco do título máximo em triunfo, após empatar no tempo normal a um gol contra o Abranches e vencer nas penalidades por cinco a quatro. Foi a segunda vez na história que o campeonato foi decidido nos pênaltis e, curiosamente, na primeira foi o mesmo Piriri quem disputou, porém contra o Povo da Bola. Em 2024 a história foi diferente e o Piriri deu a volta olímpica, entrando também no seleto grupo de campeões do CAB, ao lado do Operário Ahú, Máster Urca, Povo da Bola, Ouro Verde, Estrela Vermelha, Butantã e Abranches.
A torcida fez grande festa! A da do Abranches sempre numerosa e barulhenta, preparou fumaça colorida e sinalizador. Já a do Piriri, em menor número, também fez sua parte e vibrou muito. Muitos familiares, de ambas as equipes e desportistas e apreciadores da competição se fizeram presentes. A transmissão do jogo pelo canal oficial do Campeonato Amigos da Bola no You Tube foi um sucesso e farta premiação foi entregue ao final do jogo para equipes, atletas e árbitros. (matéria de premiação e da decisão de terceiro lugar nos próximos dias)
O JOGO
O primeiro tempo foi de muita movimentação, com o Piriri melhor em boa parte do tempo, chegando mais ao ataque, inclusive acertando a trave com um chute forte de Lorran, de fora da área. Aliás, o goleiro Ariclenes foi um dos destaques da primeira etapa, com intervenções importantes.
O gol do Piriri foi marcado aos quarenta minutos quando em um passe errado no ataque do Abranches, Tchaca faz o corte já esticando o lance em direção ao atacante Coutinho, que próximo da área adversária sofre falta. Esperto no lance, o meia Caio cobrou rapidamente e colocou Coutinho em ótima condição, que entra em velocidade na área a bate na saída de Ariclenes.
Aos quarenta e cinco minutos, em uma ótima enfiada de bola, Vinícius acha ao atacante Beiço, que na estica, já dentro da área e com a bola no limite da linha de fundo, toda rasteiro para o meio da área, o goleirão Glaucio falha ao tentar interceptar e o meia Binho, ligado na jogada, antecipa o zagueiro e com toque coloca a bola no fundo das redes e empata a partida.
No segundo tempo o jogo foi mais disputado, mas sem muitas chances de gol, diversas substituições e aparentemente o Abranches mais desgastado e o placar não foi mexido. Vale ressaltar a parte disciplinar que foi ótima, afinal em jogo com muita tensão e ansiedade, apenas três amarelos para o Abranches e dois para o Piriri, além da boa atuação do trio de arbitragem, à frente Maycon Brito, da CBF, que soube conduzir o jogo.
20 PÊNALTIS PARA SE CONHECER O CAMPEÃO
A quem diga que pênalti é loteria, outros dizem que é o momento emocional ou concentração. E nesta decisão teve de tudo, bola num canto goleiro em outro, defesas e bola para o mato. Foi uma incrível sequência de dez pênaltis por equipe e o Piriri teve duas oportunidades para fechar a série, até a vigésima batida.
Ivan começou batendo pelo Abranches, convertendo, com Gláucio quase chegando na bola; Coutinho empatou com bola para um canto e goleiro para outro. O craque Binho bateu meia altura e quase no meio, Gláucio caiu encaixada com a bola; Lorran bateu forte no canto e Ariclenes fez bela defesa. Na terceira série, Vinicius também bateu meia altura e Gláucio passou meio corpo da bola, mas ainda conseguiu defender com as pernas; Luan deslocou Ariclenes colocando o Piriri em vantagem. Casca, na quarta série, bateu bem e foi o primeiro do Abranches a deslocar Glaucio; Maestro, pelo Piriri, bateu no canto baixo e Ariclenes voou para fazer nova defesa, empatar a série e colocar o Abranches no jogo novamente. Na quinta série, o zagueiro artilheiro Paraíba soltou a bomba e bola viajou, por cima da trave; bastava o meia Caio marcar e fechar a série normal e comemorar o título. Gláucio quis bater, mas foi convencido e deixou Caio na bola, que também isolou, batendo para fora, encaminhando a decisão para série alternada. Budi bateu meia altura e Gláucio garantiu novamente defendendo com as pernas; e na cobrança o goleirão Gláucio chamou a responsabilidade, mas acabou acertando o travessão. Vá bateu bem pelo Abranches e deslocou Glaucio; na sequência Biga também converteu para o Piriri. Toco garantiu a rodada para o Abranches, assim como Maurício, que manteve a série empatada. Lucão, outro bom zagueiro do Abranches, bateu por cima errando o alvo, dando chance para o Piriri levantar o caneco, caso convertesse, mas não foi o que aconteceu, quando Ariclenes defendeu novamente, desta vez a cobrança da Baggio. Haja coração!!! Finalmente na última série, após nove cobranças de cada lado, Andrey, do Abranches, bateu forte e rasteiro e a bola passou raspando a trave, mas para fora e Guga, capitão do Piriri, converteu e partiu para o abraço com os companheiros.
COUTINHO, GLÁUCIO, GUGA E JORGE, OS HERÓIS!
Coutinho fez o gol no Piriri no tempo regulamentar e abriu a série de pênaltis garantindo o Piriri na disputa, além de ser eleito o craque do jogo, por dirigentes e equipe de reportagem que transmitiu o jogo. Gláucio foi muito sereno e concentrado nas penalidades, de dez cobranças em apenas duas errou o canto, defendeu três e poderia ter dado o golpe de misericórdia no adversário, caso tivesse convertido o pênalti que bateu, que já era na fase da série alternada, mas ainda sim foi figura importante para a conquista. Guga fez jogo seguro lá atrás durante os noventa minutos e bateu o pênalti que deu o título ao Piriri.
Jorge é um caso à parte, apaixonado pelo clube e pelo esporte, em entrevista se emocionou ao dizer que em 2012 não deixou o outro filho, Guilherme Costa, bater o pênalti decisivo, e a equipe foi derrotada. Quis o destino que após doze anos, Guga, também filho, após todos os demais atletas terem batido, garantir o campeonato, após converter sua cobrança.
Com treze anos de história no CAB, Jorge jamais desistiu da competição, foi atleta inclusive, em algumas ocasiões “elogiado” por seu comportamento sempre em defesa do clube e dos atletas, já perdeu a paciência com alguns árbitros, mas logo em seguida esfria a cabeça e volta a fazer brincadeiras com o pessoal. Jorge é uma figura marcante do Campeonato Amigos da Bola e onde chega representa o CAB.
Em 2017, quando o Campeonato Amigos da Bola quase acabou perdendo força e sofrendo rompimento, Jorge foi um defensor da justiça, ética e compromisso e comprou uma briga em defesa da continuidade do CAB transformando a competição no que é hoje, um sucesso e uma das melhores competições do Capital.
O Abranches, vice-campeão, caiu de pé, fez ótimo campeonato, chegou à final com todos os méritos e merece todo elogio pela postura em campo, foi muito disciplinado e respeitoso. Após a decisão se manteve em campo, os atletas e dirigentes fizeram um círculo e de joelhos e abraçados por um bom tempo ouviram uma das figuras mais importantes pelas campanhas do Abranches, o professor Valdi, pessoa das mais queridas pelo grupo e de muita estima pelo Campeonato Amigos da Bola. O Abranches recebeu sua premiação e ficou até o final da solenidade aplaudindo seu adversário, dando mostras de honradez e desportividade. Parabéns, Abranches!
Piriri, após doze anos na fila, chegou em sua segunda final e desta vez conquistou o caneco e deu volta olímpica. Parabéns, Jorge Conte da Costa, que carrega a equipe a praticamente meio século. Você é um exemplo de amor ao clube e de desportista!! Parabéns,
Piriri, grande campeão da temporada 2024!!
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